22 fevereiro 2012

Indie Rock Brasileiro

Olá meninos, meninas e pais-do-Cartman (a você que entendeu e é fã de South Park, me chame no twitter que a gente vai passar horas conversando) estou aqui novamente. Meu último post foi apenas a apresentação, e hoje vou falar sobre uma coisa que vamos desenvolver com o tempo.

                                                             

Eu falei que ia botar duas indicações diferentes aqui, né, mas mudei de ideia. Vou falar aqui de um fenômeno que vem crescendo no cenário rock n' roll brasileiro. É o indie rock, ou alternativo, que estourou no começo da década passada na Inglaterra e na Europa. Bandas como Arctic Monkeys, The Strokes e outros representantes alternativos que flertaram com o estilo - Cake e Jane's Addiction, por exemplo.

Sendo um pouco negativo com o rock brasileiro, nota-se que há um pequeno hiato em relação ao que estoura lá fora e o que vinga aqui dentro. Além da música-de-mídia, o pop-axé básico que temos no Brasil, o movimento brasileiro é um pouco atrasado com relação ao do exterior, e não se aproveita de tudo o que lançam lá fora. Movimentos como o thrash e o grunge não fizeram tanto sucesso aqui e se misturaram ao som do brock desenvolvido nos 90 e anos 2000.

Um exemplo do nosso "atraso": o iê-iê-iê sessentista lá de fora veio nos anos 70 e 80 - Titãs, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens e outros. O movimento ska-pop veio nos anos 90 integrados ao alternativo do Cure e cia. com Skank e Tianastácia. O speed metal melódico do final dos anos 80 que estourou na Europa - Stratovarius, Hellowen - só veio no meio dos anos 90 com a volta das grandes bandas de heavy metal; estouraram Sepultura, Angra, Shaman.

Com isso, o movimento alternativo do começo dos anos 2000 da Inglaterra - sintetizado basicamente com Alex Turner e sua trupe de macacos - veio parar no Brasil. Mas o indie rock brasileiro é especial e grandioso. Temos bandas MUITO boas que se aproveitaram do estilo e o fazem tão bem ou, ouso dizer, ainda melhor do que os representantes do gênero inglês. Mostrarei para vocês três bandas que sintetizam as maiores vertentes do gênero em terras tupiniquins:

Apanhador Só

Muito bem. Segue o vídeo deles apresentando uma das suas músicas mais legais, Nescafé presente no primeiro disco dos caras, o honônimo. A banda é do Rio Grande do Sul - o melhor lugar para se ter uma banda de rock no Brasil, sério - e faz um som indie, muito influenciado por gente de porte lá fora. Logo assim me vêm à mente gente como Bloc Party e Manchester Orchestra e, ouso dizer que carregam algo até do art-rock de gente como Explosions in the Sky (que vai ganhar um post especial quando eu tiver mais tranquilo).

Mas o que me surpreende com esses garotos são suas letras. Suas letras são sublimes, raras e incrivelmente fáceis de se identificar. O pop dos rapazes beira à experimentalismo. A letra chama a maioria, enquanto o musical - temos o tango de Balão-de-Vira-Mundo e o nordestinismo (risos) de Vila do 1/2 Dia - chama a nós que temos grande afinco musical e vai além das letras. Apanhador Só é, definitivamente, a melhor banda brasileira a surgir em anos, junto com o pessoal do Móveis Coloniais de Acaju e ao conjunto do Filipe Catto.


Sabonetes


Transistando entre o power-pop do Breath Carolina e o indie rock de gente como Manchester Orchestra temos nosso representante de Foster the People. Talvez esses curitibanos nem imaginem, mas gente daqui de Sampa adora eles; o hit Descontrolada é meu toque de SMS e uma das coisas mais dançantes que apareceram na vida roqueira.

Fiquei impressionado com o Lollapalooza: não os colocaram no segundo dia, o dia indie rock, onde o Friendly Fires, Arctic Monkeys e outros representantes do indie mundial, colocaram a Plebe Rude e não chamaram eles, cacilda! Um ótimo representante para o festival.


Zander


E temos nosso representante mais pesado da lista. O Zander com suas linhas de guitarras potentes, baixo gravíssimo e bateria punk-rock, os ex-membros de bandas de hardcore conhecidas na cena como Dead Fish e Noção de Nada, esse quinteto que mistura o hardcore dos anos 90 com o hard rock setentista e se utiliza de três guitarras (nosso amigos do Lynyrd Skynyrd comemoram) têm um som incrível.

Humaitá é seu hit mais poderoso e harcore, mas outras músicas incríveis os tornam melhores que suas bandas "oficiais" (assim como o pessoal do 2ois). A minha favorita é Dezesseis com uma letra perfeita para minhas condições atuais, com o vocal rasgado e arrastado, o baixo pesado conduzindo a música e as três guitarras se alternando com seus drives e distorções características. Temos a pancada Pólvora com sua letra refletiva e intensa, desanimadora, dentre outras coisas.


Se gostou do som dessas bandas, procurem por outras bandas como Sugar Kane, A Banda Mais Bonita da Cidade, Banda Dona Joana, Vivendo do Ócio, Bazar Pamplona, Vanguart, Banda Gentileza, etc.

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